Bullying e Mediação de Conflitos
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Aula 01 - Introdução ao estudo de conflitos

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AULA 01

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Aula 01 - Introdução ao estudo de conflitos



Reflita: Escreva em seu bloco de notas: quando você escuta ou lê a palavra CONFLITO que outra palavra lhe vem à cabeça?

No geral, ao pensarmos em CONFLITO, algumas palavras que surgem são:

 

 

Agora, coloque as palavras na seguinte ordem: de um lado coloque aquelas em que você considera ser a pior forma de resolver os conflitos, e do outro lado a melhor forma de resolvê-los.

Reflita agora, a partir da lista que você elencou, quantas palavras têm conotação mais negativa e quantas têm uma conotação mais positiva?

 

Qual é a visão que predomina sobre conflitos: conflitos são bons ou ruins?

 

Quase sempre ao realizarmos esse exercício, verificamos que a lista maior fica na conotação “negativa” dada aos conflitos. Além do mais, quase todas as palavras listadas não significam o próprio conflito, mas a consequência dele, ou a forma encontrada para resolvê-lo. Por exemplo: A BRIGA, OU A GUERRA OU A VIOLÊNCIA, não são o conflito, mas sim, a resposta que foi dada ao conflito existente. E se iniciarmos um debate no fórum, poderiam aparecer comentários diversos, tais como:

 A gente cria um mundo bonitinho no qual não pode haver o negativo, o feio.

 Aprendemos que para ser bom, temos que ganhar sempre. Não se pode sequer empatar.

 Sempre em casa, ouvi meu pai dizer, que se eu apanhasse na rua, apanharia em casa também.

 Conflito é uma incompatibilidade de metas.

 Sempre temos conflitos, mas o importante é o que fazemos com eles.

 Uma coisa é a incompatibilidade de metas e outra é a resposta que damos a ele.

 Devemos eliminar os tabus de que conflito é ruim, é coisa negativa.

 Precisamos desmistificar a violência como uma palavra mágica.

 Tirar o véu sagrado que a violência carrega no senso comum.

 Não queremos uma paz de aparência.

 Ser humano é um ser conflitivo.

 A paz que queremos assume os conflitos e às vezes precisamos “destruir” para construir (Jeremias 1).

 Paz é referência de valores.

 A violência é construída e produzida pelos seres humanos.

 A agressividade é como a água, pode irrigar ou inundar.

 Estamos vivendo a era do pan-violentismo: tudo é violência.

 Ser firme é diferente de ser violento.

 Estar furioso é diferente de ser violento. Uma coisa é ter o sentimento, outra coisa é o que fazemos com ele.


Qual desses comentários faz mais sentido para você? Vamos verificar o que alguns autores nos apresentam sobre o conceito de “Conflito”.

Conversando sobre conflitos

 

Ao iniciarmos o debate acima proposto, surgirão opiniões divergentes sobre o tema. Poderíamos dizer que essa é uma situação de conflito?

Claramente que sim. Os conflitos são naturais às relações humanas e à vida em sociedade. As pessoas são diferentes - possuem opiniões, crenças, valores e hábitos distintos – e naturalmente os conflitos tendem a surgir.
Fonte: http://www.cmc.org.pt/portal/index.php/mediacao-de-conflitos


Pois bem, queremos nessa aula evidenciar que Conflitos não são problemas.

 

SEIDEL (2007) afirma que podemos perceber uma tendência geral para uma visão negativa do conflito. Os conflitos, porém, são normais e não são, em si, positivos ou negativos, maus ou ruins. É a resposta que se dá aos conflitos que os tornam negativos ou positivos, construtivos ou destrutivos. A questão central é como se resolvem os conflitos: se por meios violentos ou por intermédio do diálogo. Os conflitos devem ser compreendidos como parte da vida humana, sendo seu problema transferido para a forma com que são enfrentados e resolvidos.

 

Ao achar estranho adotarmos aqui a perspectiva de conflito como algo natural às relações humanas é porque, como já explicitado, muitas vezes o conceito de conflito aparece associado a uma imagem negativa, de embate, de violência. No entanto, temos que diferenciar a noção de “conflito” do conceito de “violência”. Estudaremos o termo “violência” um pouco mais à frente, nesta mesma aula.

 

Mas, o importante aqui é entendermos que o conflito nada mais é do que uma das formas de interação entre as pessoas, uma expressão de divergências de opinião, interesses ou crenças.

 

O conflito nem sempre é percebido como algo natural à vida em sociedade. No estudo dos conflitos, duas abordagens distintas podem ser identificadas, sendo que uma delas possui uma perspectiva bem diferente daquela que refletimos no início da nossa aula. Vejamos:

 

DURKHEIM (2001) tem como uma das preocupações centrais em seus estudos a reflexão sobre a origem da solidariedade entre os indivíduos. Nesse sentido, uma das perguntas investigadas pelo autor é: Como a sociedade se mantém? Durkheim investiga os elementos que fundamentam a ordem social e, na perspectiva do autor, o conflito é entendido como uma disfunção, ou seja, como uma ameaça à manutenção da sociedade. Seguindo esta argumentação, esta primeira abordagem percebe o conflito como um malefício às relações sociais, devendo este, assim, ser eliminado.

 

Outra abordagem para o tema, mais próxima à que adotaremos nas nossas aulas, é apresentada pelo sociólogo alemão Georg Simmel. SIMMEL (1983) destaca que a configuração social não é dada apenas pelos elementos convergentes da sociedade, mas também por seus elementos dissociativos. Dessa forma, o autor percebe o conflito como uma forma de interação destinada a resolver divergências e, com isso, estabelecer algum tipo de unidade na sociedade. Nesse sentido, o conflito é visto pelo autor como processo positivo da vida social, atuando na construção de unidade: este é vital para o funcionamento da sociedade.

 

Para percebermos o potencial positivo e transformador dos conflitos, podemos pensar em seu papel em um contexto de divergência entre distintos grupos. Pensemos, por exemplo, em um grupo de moradores de um condomínio. Durante uma reunião, o grupo não consegue chegar a um ponto comum sobre o investimento de recursos: alguns defendem o investimento na área de lazer; outros preferem reformar a fachada da portaria; um terceiro grupo defende ainda a aplicação dos recursos na criação de um jornal informativo das atividades do condomínio. As discussões se prolongam por várias reuniões, sem que os moradores consigam cooperar. Até que surge um fato novo: uma empresa decide se instalar nas imediações do condomínio e, pela forma como está planejada a sua operação, esta pode prejudicar a tranquilidade dos moradores, aumentando o movimento de veículos na região e trazendo aumento de poluição do ar no local. Diante de um novo elemento de ameaça ou conflito externo, as antigas divergências entre os moradores (geradas pela discussão sobre a aplicação de recursos) desaparecem e todos se unem para impedir a instalação da empresa no local. Nesse exemplo, um conflito maior contribuiu para a unidade do grupo (moradores do condomínio), quando um conflito maior (a instalação da empresa) promoveu a cooperação do grupo.

 

Mas será que um conflito sempre é algo negativo? Na verdade, o conflito não é, em si, algo positivo ou negativo, mas este possui naturalmente um potencial de transformação e aprendizado. No entanto, tudo depende da forma como este é administrado. Em outras palavras, o conflito pode ser um mecanismo de troca de opiniões e de aprendizado, mas pode também levar à violência.

Vejamos o que nos apresentam outros autores sobre o conceito de conflito:

 

  • Conflito é uma parte normal da vida organizacional, já que as pessoas têm ideias diferentes sobre a utilização dos poucos recursos disponíveis [...] Não é bom ou mau em si mesmo: o que é bom ou mau é o impacto que terá na organização (Owens, 2004, p.328, apud CECCON, 2009, p.29).
  • Conflito é uma situação em que as pessoas independentes satisfazem suas necessidades e seus interesses de formas diferentes e experimentam a interferência uns dos outros na busca de seus objetivos... (Garston e Wellman, 1999, p.185, apud CECCON, 2009, p.29).
  • Um conflito pode ser definido como a diferença entre duas metas, sustentadas por agentes de um sistema social. Podem ser organizados em três níveis: pessoais, grupais ou entre nações. (SEIDEL, 2007, p.11)

Veja o que o Papa Francisco em sua exortação apostólica nos apresenta sobre conflito.

O conflito não pode ser ignorado ou dissimulado; deve ser aceito. Mas, se ficamos encurralados nele, perdemos a perspectiva, os horizontes reduzem-se e a própria realidade fica fragmentada. Quando paramos na conjuntura conflitual, perdemos o sentido da unidade profunda da realidade. (Papa Francisco, 2013, p. 173, item 226).

 

Pausa para o vídeo

Voltando à ideia inicial de nossa aula, imaginamos que já tenha percebido a diferença entre conflito e briga. Assista ao vídeo “Curso de Mediação de Conflitos – Parte 5” e amplie o seu conhecimento. https://www.youtube.com/watch?v=62oOWkRooxI

 



Leitura Obrigatória

Acesse o PDF do livro “Conflitos na escola: modos de transformar” e estude o item 1.2 “Contribuição da teoria” (páginas 29 a 40). http://www.mprj.mp.br/documents/112957/10381358/cartilha_cecip_conflitos_na_escola_modos_de_transformar.pdf

Mas será então que os conflitos têm benefícios? Podemos aprender com eles? Quais seriam então os benefícios do conflito?



 

Os conflitos nos proporcionam benefícios, é o que decorre dos ensinamentos de Seidel (2007, p.11), quando afirma que é justamente a não aceitação dos conflitos que provoca a violência. Esta busca resolver o conflito, negando o outro. Todavia, quando se aprende a lidar com o conflito de forma não violenta, ele deixa de ser encarado como o oposto da paz para ser visto como um dos modos de existir em sociedade.

Entre os benefícios do conflito, podemos citar:

 

a) Estimulam o pensamento crítico e criativo;

b) Melhoram a capacidade de tomar decisões;

c) Reforçam a consciência da possibilidade de opção;

d) Incentivam diferentes formas de encarar problemas e situações;

e) Melhoram relacionamentos e a apreciação das diferenças;

f) Promovem autocompreensão.

 

Também os conflitos trazem ótimas oportunidades de trabalhamos a Comunicação efetiva e ampliar as nossas competências conversacionais. Falaremos sobre técnicas para aprimorar a nossa comunicação na aula 04, sobre Comunicação Não-violenta (CNV), mensagens-eu e escuta ativa.

 

Pensando dessa forma, o conflito não é um obstáculo à paz. Pelo contrário, para construir uma cultura de paz é preciso mudar atitudes, crenças e comportamentos. A paz é um conceito dinâmico que nos leva a provocar, enfrentar e resolver os conflitos de uma forma não violenta. Uma educação para a paz reconhece o conflito como um trampolim para o desenvolvimento que não busque a eliminação do conflito, mas sim, modos criativos e não violentos de resolvê-los.

 

WEIL (2002) nos apresenta que

Para entender melhor aonde nos leva a visão da paz como fenômeno externo ao homem, acompanhemos o seguinte raciocínio: onde não há ódio, não há guerra, nem haverá nunca; também não existirá conflito armado onde não houver armas; mas, se não tratarmos o interior dos homens, bastará que alguém forneça a munição, e o conflito explodirá tão ou mais forte que antes. O ódio habita o interior das pessoas, enquanto as armas são um sinal exterior. (WEILL, 2006, p. 30).

Ainda o mesmo autor nos indica que a paz está dentro de nós. Ou então não existe. Se é no espírito dos homens [das mulheres] que começam as guerras, então, é nas escolas da Terra que se moldará a nova consciência, capaz de pôr um termo a toda violência.

 

 

1.2 - Conversando sobre Conflitos no ambiente escolar

 



Fonte: http://www.diariodolitoral.com.br/educacao/educacao-convoca-
pais-e-alunos-para-mega-mobilizacao-contra-o-bullying/28642/

 

Vimos que os conflitos podem trazer mudanças e aprendizagens. E a aprendizagem é o “conteúdo” principal das escolas e da vida.  Sabendo que os conflitos existem em toda parte, a escola não ficaria de fora. O que é preciso entender é que, ao serem bem resolvidos, os conflitos podem apresentar soluções inesperadas e muito criativas.

 

Nas escolas e em outros espaços onde predomina a violência, o que encontramos na maioria das vezes, é uma grande inabilidade em resolver os conflitos de forma não-violenta. É a velha máxima do “toma lá, dá cá”. “bateu...apanha”. “Não levo desaforo para casa”.

 

Além disso, a realidade das escolas, em cada um de vocês atua, é bem diferente.

 

 

Fonte: http://tecnologias-aula.blogspot.com.br/

 

Ao ligarmos a TV, o rádio, ou abrirmos o jornal diário, deparamo-nos com “99,9%” das notícias e reportagens sobre conflitos e violência. Pois são essas notícias que vendem mais. A mídia tem transformado em espetáculo as notícias de violência extrema nos espaços escolares. Fazendo de cada telespectador uma marionete.



Fonte: http://telejornaisecriancasnobrasil.blogspot.com.br/
2012/02/mafalda-e-televisao.html

 

A mídia, na maioria dos seus programas e noticiários, quer nos levar a crer que nada mais tem jeito. Que tudo está perdido. É uma verdadeira semeadura da desesperança.  Mas será que isso é verdade?

 

Claro que não. Muitas escolas brasileiras e em outros países, que vivenciam ou já vivenciaram a busca pela cultura de paz, não costumam receber da mídia os mesmos destaques e glamour que as escolas com altos índices de violência.

 

Precisamos entender que muitas escolas e outros espaços vivem em situação de diálogo e busca por um ambiente bom, onde existam condições de desenvolvimento emocional, social e intelectual saudável e onde mesmo que “intuitivamente” os conflitos são resolvidos de forma não-violenta.

 

É preciso refletir também que as manifestações de violência na escola têm muitas causas ou fatores. Causas internas: pedagógicas, administrativas, dificuldades em reconhecer e lidar com o conflito, aulas sem significado, equipe escolar descomprometida, estudantes sem oportunidade de expressão, regras impostas. Causas externas: como as questões socioeconômicas. Relação da escola com a comunidade em que está inserida. Nível de escolaridade dos pais. Ampliaremos essa discussão sobre as causas, mais adiante, no item 1.5.

 

Todos os conceitos de conflitos já apresentados cabem perfeitamente para o espaço escolar. Se necessário, retome-os, no item 1.1.

 

A comunidade educativa tem todas as possibilidades de agir para transformar, se escolher resolver os conflitos de forma não violenta. Para isso, é preciso, dentre outras questões, não encarar o “outro” como principal responsável pelos problemas e pelos conflitos. É preciso que cada membro da comunidade educativa assuma a sua parcela de responsabilidade e se comprometa com as ações em prol de uma Cultura de Paz. Não devendo aguardar de “fora” (do MEC, da Secretaria de Educação, do Governo, dos especialistas, da comunidade, dos pais que nunca veem à reunião...) a solução dos conflitos existentes.

 

Nesse curso, convidamos você a rever seus conceitos sobre conflito, identificar situações do seu cotidiano escolar em que os conflitos existem e como podem ser solucionados de forma a trazer benefícios. Perceber que não existe uma única resposta ao conflito e que, quando estamos abertos ao diálogo, poderemos agir com mais espontaneidade e criatividade. Experimentar novas formas de pensar e agir, reinventando projetos que já existem e buscando parcerias.

1.3 Conversando sobre violências

 

Fonte: http://cidadaniaparatodos.com/publicacao-664-Bullying_conflitos_escolares_e_punicao
_uma_reflexao_sobre_as_estrategias_de_enfrentamento_ndash_Parte_I..fire

 

Como vimos, a violência pode surgir como consequência de um conflito ou da não aceitação do próprio conflito. Quando falamos em resolução pacífica ou não-violenta de conflitos, precisamos então, primeiramente, entender o conceito de violência.

 

Leitura Obrigatória

Antes, porém, acesse o PDF do livro “Conflitos na escola: modos de transformar”, vá até a página 35 e faça o exercício indicado no item 1.2.2 “E, agora, falemos de violência”. O que é violência para você?


http://www.mprj.mp.br/documents/112957/10381358/cartilha_c
ecip_conflitos_na_escola_modos_de_transformar.pdf

 



Na verdade, o mais correto seria falarmos “violências”, no plural, considerando os distintos conceitos e as diversas formas de manifestação de violência. Uma vez que a violência apresenta vários modos de expressão na sociedade e nos relacionamentos.

 

A violência estrutural e sistemática refere-se basicamente às injustiças sociais e à enorme desigualdade de acesso para uma vida digna. Em algumas famílias, e em todas as classes sociais, encontramos a violência física, a psicológica, a negligência e o abandono. E é claro, que todas elas estão permeadas de muitos fatores internos e externos.


Fonte: https://blogdozulmira.wordpress.com/lazer/minha-terra/

Vejamos então alguns conceitos possíveis para o termo “violência”:

  • Ação direta ou indireta, concentrada ou distribuída, destinada a prejudicar uma pessoa ou a destruí-la, seja em sua integridade física ou psíquica, seja em suas posses, seja em suas participações simbólicas (MICHAUD, 1973, p. 05)
  • Modo mais agudo de revelar o total desrespeito e desconsideração pelo outro, implicando não só o uso da força física, mas a possibilidade ou ameaça de usá-la (VELHO & ALVITO, 1996, p.10).

 

É interessante percebermos aqui alguns elementos comuns. As duas perspectivas transcritas acima associam a violência à força física e destacam que a violência pode surgir tanto pela aplicação da força diretamente como também pela simples possibilidade ou ameaça de uso da força. Mas continuemos examinando o tema.

 

  • Violência vem do latim violentia que remete a vis (força, vigor, emprego de força física ou os recursos do corpo para exercer sua força vital). Essa força torna-se violência quando ultrapassa um limite ou perturba acordos tácitos e regras que ordenam relações, adquirindo carga negativa ou maléfica. É, portanto, a percepção do limite e da perturbação (e do sofrimento que provoca) que vai caracterizar o ato como violento, percepção essa que varia cultural e historicamente (ZALUAR,1999, p. 28).

Nessa outra perspectiva, o uso da força também aparece associado à violência. No entanto, é destacado que o uso da força só é entendido como violência quando ultrapassa um determinado limite.

 

Mas este limite não é fixo, varia cultural e historicamente. Por exemplo, podemos lembrar o costume de algumas civilizações antigas nas quais era regra a esposa ser enterrada viva junto com o marido, por ocasião da morte deste. Esse fato era visto como natural por aquelas sociedades, pois pertencia aos seus costumes. No entanto, se o mesmo acontecesse hoje em outra sociedade, poderia ser percebido como violência. Por isso, a importância de entendermos a sociedade específica na qual estamos examinando a manifestação do fenômeno da violência para podermos compreender como esta é percebida pelas pessoas daquela cultura.

Mas será que a violência está sempre associada à força física? Vejamos outro conceito.

Violência simbólica (BOURDIEU, 1989): forma invisível de coação que se apoia, muitas vezes, em crenças e preconceitos coletivos. Possibilidade das crenças dominantes levarem à imposição de valores, hábitos e comportamentos sem recorrer necessariamente à agressão física, criando situações onde o indivíduo que sofre a violência simbólica sinta-se inferiorizado como acontece, por exemplo, nas questões de discriminação de raça e gênero.

Essa última perspectiva ressalta que, para além da força física, a violência também pode estar associada às crenças, valores e hábitos. Situações de discriminação, por exemplo, não estão necessariamente associadas ao emprego da força física.

Assim, a partir das perspectivas conceituais aqui apresentadas, podemos listar quatro características associadas ao termo “violência”:

 

  1. Uso da força (direta).
  2. Ameaça de uso da força (indireta).
  3. Violência simbólica (valores, hábitos).
  4. Desrespeito a limites estabelecidos (contexto cultural e histórico).

Agora que já refletimos sobre o conceito de violência, podemos pensar: qual a relação entre conflito e violência?

Para responder essa pergunta, vamos pensar nas relações cotidianas entre as pessoas.

1.3.1 Conflitos e violências no âmbito das interações sociais cotidianas



Fonte: http://phynasepoderosas.blogspot.com.br/2015/03/a-cordialidade-alem-do-muro.html

 

Pense nas situações que você vivencia no seu dia-a-dia. Você percebe o surgimento do conflito durante sua relação com as pessoas à sua volta? Qual a situação de conflito mais recente pela qual você passou? Como você reagiu?

 

Em uma situação de conflito, cada pessoa pode ter uma reação diferente. E até a mesma pessoa pode ter reações diferentes, dependendo do seu humor, dos problemas enfrentados naquele dia ou mesmo dependendo do fato de existirem ou não outras pessoas presenciando o conflito naquele momento.

 

Pausa para o vídeo

Antes de continuar, assista à parte 1 do filme “Kiriku e a Feiticeira”. http://www.youtube.com/watch?v=gxUiV9-R26k

 

Observe a reação do pequeno Kiriku. Conta uma lenda que na África Ocidental nasce um menino minúsculo, cujo tamanho não alcança nem o joelho de um adulto, que tem um destino: enfrentar a poderosa e malvada feiticeira Karabá, que secou a fonte d'água da aldeia de Kiriku, engoliu todos os homens que foram enfrentá-la e ainda pegou todo o ouro que tinham. Para isso, Kiriku enfrenta muitos perigos e se aventura por lugares onde somente pessoas pequeninas poderiam entrar. Parte 1

Se você assistir a todo o filme, que tem 8 partes, ou poderá ser adquirido na íntegra, verá que o Kiriku, mesmo pequeno, assumiu os conflitos, encarando-os de frente. Não se intimidou diante dos desafios e fez dos obstáculos e adversários verdadeiros aliados. Ele tem métodos criativos e diferentes e com isso podemos pensar se o que ele utiliza é violento ou não.

SEIDEL (2007) apresenta que, frente ao conflito, podem ser assumidas três atitudes básicas:

    a) Ignorar os conflitos;
    b) Responder de forma violenta aos conflitos;
    c) Lidar com os conflitos de forma não-violenta, por meio do diálogo
    ou da Comunicação Não Violenta (CNV).
  1. Ignorar os conflitos. Fuga: a pessoa se recusa a enfrentar a situação de conflito ou nega que o conflito esteja acontecendo.


Fonte:
http://naomordamaca.com/2008/12/10/estudo-omissao-e-negligencia/

Na verdade, ignorar os conflitos é também uma forma violenta de resolvê-los. Um conflito ignorado poderá retornar com força e proporções muito maiores, gerando novos conflitos.

  1. Responder de forma violenta aos conflitos. Gera uma Competição. Em uma competição, o objetivo não é ouvir ou entender a outra parte ou os motivos da divergência, para buscar uma solução compartilhada, mas sim fazer prevalecer a sua posição a qualquer custo. Em uma competição, o objetivo é eliminar a outra parte. Em uma competição, cada parte busca de mecanismos e habilidades para vencer o outro. O enfrentamento de um conflito com esta atitude pode facilmente levar à adoção “das violências” como forma de vencer a competição.



  2. Fonte: http://vejasp.abril.com.br/especiais/condominios-brigas

  3. Lidar com os conflitos de forma não-violenta. Leva à Cooperação ou negociação: a pessoa está aberta a discutir o tema, ouvir outros pontos de vista e buscar a construção de uma solução compartilhada para a divergência. Não significa que seja fácil. É preciso disposição das partes para encontrar soluções onde todos os lados ganhem. Chamada solução ganha-ganha. Nem sempre as partes conseguem resolver o conflito posto. Sendo necessária a presença de uma terceira pessoa que não esteja envolvida no conflito: o mediador.



Fonte: http://londrina.odiario.com/imoveis/noticia/513094/administrador-de-lares-e-mediador-de-conflitos/

O Papa Francisco nos ajuda a refletir sobre o sentido das ações apresentadas:

Perante o conflito, alguns limitam-se a olhá-lo e passam adiante como se nada fosse, lavam-se as mãos para poder continuar com a sua vida. Outros entram de tal maneira no conflito que ficam prisioneiros, perdem o horizonte, projetam nas instituições as suas próprias confusões e insatisfações e, assim, a unidade torna-se impossível. Mas há uma terceira forma, a mais adequada, de enfrentar o conflito: é aceitar suportar o conflito, resolvê-lo e transformá-lo no elo de ligação de um novo processo. «Felizes os pacificadores» (Mt 5, 9)! (Papa Francisco, 2013, p.173, item 227).

E você, como tem resolvido os conflitos em sua vida?

Atividade:

Acesse o link a seguir. É um Blog sobre Mediação de Conflitos Escolar. Ao final da tela, à direita, tem uma pequena enquete sobre como você reagiria diante de um conflito. Faça o teste e veja imediatamente a resposta:

http://comunicacaonaoviolenta.blogspot.com.br/2010/03/curso-de-especializacao-em-mediacao-de.html

Até o dia 21 de março de 2016 o resultado era o seguinte:




http://pub5.bravenet.com/minipoll/
results.php?usernum=373324592&qid=31321&aid=259878&voted=1&editorMode=1

 

1.4 - Conversando sobre Violência e Não-violência



Antes de iniciar o estudo do tema, leia a seguir algumas situações. Depois, escreva se a situação apresentada é Violenta ou se a situação é Não-Violenta. Registre em seus apontamentos a justificativa para a sua escolha.



a) Um grupo de bancários grevistas, preocupados em impedir o acesso de seus colegas ao banco, coloca um tapete de flores bem na porta do banco, com o seguinte cartaz: “Não pise nas flores”. A ação desses grevistas é violenta ou não violenta?

b) Gandhi, para acelerar o processo de independência da Índia da dominação da Inglaterra e diante da ordem dos ingleses proibindo que os indianos pudessem fabricar seus tecidos, organiza uma grande fogueira com os tecidos britânicos. Cada indiano, voluntariamente, pegava os seus tecidos de fabricação inglesa e levavam para queimar. A ação do líder indiano foi violenta ou não violenta?

c) Os negros americanos, diante das leis que os discriminavam, que impediam o acesso de negros a determinados ambientes, estritamente frequentados por brancos, organizam as ocupações. Isso é, entravam em restaurantes ou num bar, por exemplo, sentam-se e não se levantam, e nem se intimidam diante dos mais diversos tipos de pressão. A ação adotada pelos negros nessa situação foi violenta ou não violenta?

d) Um grupo de agricultores, desejando trabalhar na terra, mas vendo-se na condição de que essa lhes é negada, organiza um movimento para provocar um debate público sobre a distribuição das terras improdutivas e agilizar ações nesse sentido. Entre as diversas estratégias, adotam as manifestações públicas e a ocupação de prédios públicos. A ação desse movimento foi violenta ou não violenta?

 

Certamente, não foi fácil escolher se cada situação apresentada era violenta ou não-violenta e, mais difícil ainda, foi justificá-las. Concorda? Imaginamos que esteja também se perguntando, qual é a resposta correta.

 

Na verdade, não existe uma resposta correta para cada situação apresentada. Pois para definirmos se uma situação é violenta ou não-violenta, precisamos levar em consideração o contexto, as partes envolvidas, os interesses e as posições. Bem como, compreender os conceitos apresentados nos itens anteriores.  Nas situações que você acabou de ler, temos questões ligadas à Legalidade e Ilegalidade, à agressividade, à Violência e Não-Violência.

 

E a violência não é natural na natureza humana. A violência é cultural. Mas a agressividade é constitutiva do ser humano. Definida como a capacidade de combatividade, de afirmação de si, de encarar o outro sem esquivar-se. A ação não-violenta coletiva deve permitir canalizar a agressividade natural dos indivíduos, de forma que ela não se exprima pelos meios da violência destruidora que alimentam uma cadeia de outras violências e outras injustiças, mas sim por meios coerentes para construir uma sociedade mais justa e mais pacífica. A violência constitui uma perversão da agressividade. (MULLER, 1988/1991 apud FITTIPALDI, 2007, p.34)

 

FITTIPALDI (2007) aponta que a violência e a não-violência constituem respostas possíveis à realidade do conflito que trazem consequências opostas. A escolha por uma das duas vias se faz a partir de múltiplos fatores: físicos, sociais, psicológicos e espirituais, entre outros.

 

Pausa para o vídeo

Para compreender melhor o conceito de Violência e Não-violência, assista

 

ao vídeo “Curso de mediação de conflitos – Parte 4”  https://www.youtube.com/watch?v=OAVhtgW9C7s e trilhe o caminho de Mohandas karamchand Gandhi.



1.4.1. A força da não violência



A não violência não se confunde com a passividade diante da injustiça ou do mal. Muitas vezes, há confusão entre a palavra pacifismo e passividade. Passividade é o fechamento voluntário dos olhos diante de uma situação de injustiça. Segundo Gandhi, é a atitude mais baixa que alguém pode tomar: submeter-se à injustiça ao invés de assumir a responsabilidade humana de lutar contra ela. O medo das consequências de se opor à injustiça pode tornar uma pessoa passiva. Isso significa que a pessoa passiva é sempre um pilar de injustiça, menor ou maior.

 

Outra razão de passividade deriva da complexidade de situações injustas que nos cercam, criando um sentimento de fraqueza e impotência para mudar a realidade. Não se devem esconder conflitos, divergências, injustiças e violência, mas procurar uma maneira de resolvê-los. Passividade só mantém, reforça e aumenta a injustiça.

 

Imaginemos se, em todas as nossas ações, utilizássemos os princípios da Não-violência ativa? Quantos casos de Bullying nas escolas, de preconceitos, injustiças e outras violências seriam sanadas?

 




Fonte: http://5bestanselmoandrade.blogspot.com.br/2010/11/bullying-na-escola.html

 

Leitura Complementar

Leia o artigo “Da Não-Violência Ativa ou Firmeza-Permanente à Educação para a Paz”, de Roberto Zwestsch. http://est.tempsite.ws//periodicos/index.php/nepp/article/viewFile/36/73

 

 

     

     

1.5 -Fatores externos e internos que podem gerar violência na escola

Mesmo entendendo os conceitos já apresentados sobre conflito e violência, não é fácil manter uma escola pacífica. Imagine construir uma escola pacífica no Complexo do Alemão no Rio de Janeiro, Brasil. Com certeza não é fácil, mas não é impossível.  Tudo começa ao acreditarmos que a realidade pode ser feita por cada um de nós. Procurar entender as causas e buscar soluções juntos, para um problema e conflitos que são de todos. Mais que isso planejar ações que possam modificar aos poucos a realidade existente. Já estamos seguros e convictos de que o Conflito existe em todos os espaços e faz parte da vida. Então também precisamos compreender que existem fatores que podem gerar violências na escola.

 

Leitura obrigatória

Acesse o PDF do livro “Conflitos na escola: modos de transformar” e leia a “História da vida real”, na página 47.

http://www.mprj.mp.br/documents/112957/10381358/
cartilha_cecip_conflitos_na_escola_modos_de_transformar.pdf

 

CECCON (2009) aborda que as causas externas de conflitos nas escolas não são isoladas das causas internas. Na verdade, umas acabam por reforçar as outras. Causas externas são aquelas que estão fora do controle direto das escolas.

 

Apresenta ainda como causas externas de violência na escola:

  1. Fatores socioeconômicos




Fonte: http://tagaiatin.blogspot.com.br/2011/05/dia-do-trabalhador-ou-do-escravo.html

 

Ligados a extrema pobreza, que afeta ainda milhares de famílias no Brasil. Com isso, as condições exaustivas de trabalho, dificultando a própria criação saudável dos filhos. A influência do meio. O ambiente familiar, apontando problemas de violência física ou verbal. Constituindo papel da escola amenizar as manifestações de hostilidade entre os estudantes. Ainda outras experiências como abuso sexual, espancamentos, humilhações, abandono. Falta de boas políticas públicas que beneficiem a todos. Poucos recursos destinados à educação. A riqueza nas mãos de poucos.




  1. b) Fatores político-organizacionais

Fonte: http://sgdo.com.br/tag/trabalho-escravo

 

Temos uma dificuldade histórica em partilhar o poder de decisão. Bem como também temos uma dificuldade de participação efetiva em todos os processos. Uma vez que participar significa comprometer-se. Como bem conta a história brasileira, por exemplo, nossa sociedade por um bom tempo foi dividida entre senhores e escravos. E os escravos jamais poderiam confrontar-se com seus senhores. Vale a pena ler o livro Casa Grande e Senzala do escritor brasileiro Gilberto Freyre. Muitas escolas ainda refletem as características da Casa Grande e Senzala, onde impera a dificuldade de dialogar. Com organização burocrática. Educadores que ainda precisam fazer uma jornada tripla de trabalho. E nem sempre tem a continuidade de bons projetos, seja nas escolas públicas, quer seja nas escolas privadas.

 

  • Fatores culturais



Fonte: http://palavraaberta.blogspot.com.br/2007/11/tribos-urbanas-caic-prof-mariano-costa.html

 

Nas escolas estamos enfrentando hoje a questão do Bullying, que tem uma relação muito próxima com os fatores culturais. Pois as manifestações culturais diferentes das nossas, causam estranheza e para muitos são motivos de discriminação e violência. Principalmente em relação a mulheres, negros, homossexuais. E, como já abordamos, o consumismo exagerado, a superprodução e exposição de cenas de violência pela mídia, dentre outros, criam um clima que favorece a desconsideração dos direitos dos outros.

 

Abramovay (2003) trata que a violência é associada à macrotendência como pobreza, desigualdades sociais e falhas de Comunicação. Refere-se ainda à perda de legitimidade e às formas de relações com poderes, como o exercido pelas armas, pelo medo, pela intimidação e pelo não-respeito ao outro.

 

O principal desafio para as escolas é não reproduzir as violências presentes nas instituições que vêm da sociedade. Pois a escola não é o espaço social onde as violências se originam. Não adianta apenas a escola construir muros, cercas e ainda um aparato de segurança para a proteção dos estudantes e professores se os fatores internos também não forem discutidos.

 

São seis causas internas da violência em escolas, segundo CECCON (2009).

  • Dificuldade de criar vínculos e fortalecer sentimentos de conexão e pertencimento.
  • Desconhecimento por parte dos educadores, funcionários, alunos, familiares, dos fatores externos e internos que contribuem para as violências na escola.
  • Falta de normas de convivência que tenham sido coletivamente definidas [...].
  • Desconhecimento de competências e habilidades necessárias para dialogar e comunicar de forma transparente [...].
  • Falta ou insuficiência de canais que permitam e estimulem a participação.
  • Abordagem curricular descontextualizada e fragmentada, com matérias que não fazem sentido para os alunos.



Fonte: http://filosofiavestibular.wordpress.com/2009/09/02/a-escola-na-novela-um-alerta-aos-pais/

 

 

Já LOPES (2004) traz como fatores internos:

  • A Cultura escolar: a escola enquanto instituição não apenas reproduz a violência advinda do plano macroestrutural, mas também é produtora de sua própria violência e indisciplina. A utilização de mecanismos de controles e punições. “Por isso mesmo é que, qualquer que seja a situação em que alguns homens proíbam aos outros que sejam sujeitos de sua busca, se instaura como situação de violência”. (FREIRE, 1985, p.85, apud LOPES, p.28)
  • Relação professor e aluno: Os professores podem ser potencializadores de violências. Por banalizarem a violência ou não darem atenção as manifestações de discriminação na sala de aula. Também por oferecem aulas de má qualidade ou pelo tratamento autoritário. Muitos professores declaram não gostar de determinada série ou turma. Ainda temos a diferença social e cultural entre professores e alunos dos meios populares. E a utilização de um discurso robotizado e imposto pela mídia. O professor muitas vezes, nem se percebe como violador dos direitos dos alunos e reproduzindo a violência simbólica. Nesse item podemos considerar também toda a equipe pedagógica da escola. Que são todos os envolvidos no processo educativo (diretores, orientadores, coordenadores, disciplinadores, pessoal da secretaria, de limpeza, da portaria...)
  • Processo Pedagógico: segunda a autora, o processo pedagógico é considerado um tipo de violência quanto como vítima desta. Constitui por exemplo, como violência, as escolas não conseguirem acompanhar o ritmo do desenvolvimento imposto pelo mundo atual, tornando-se incapazes de despertar interesse em crianças e jovens que a frequentam.



Fonte: http://tecnologias-aula.blogspot.com.br/

 

Leituras complementares

Leia a dissertação: “Significações de violências na perspectiva de professores que trabalham em escolas “violentas””, de Rosilene Lopes.

http://www.bdtd.ucb.br/tede/tde_arquivos/4/TDE-2006-03-13T134914Z-228/Publico/Rosilene.pdf

Leia o documento “Violências nas escolas” – versão resumida.

http://unesdoc.unesco.org/images/0013/001339/133967por.pdf

Mas não basta apenas saber dos conceitos de conflito, violências e dos fatores internos e externos que os geram, é preciso buscar soluções para eles.



Leitura obrigatória

Acesse o PDF do livro “Conflitos na escola: modos de transformar” e leia os conteúdos das páginas 56 a 65.

http://www.mprj.mp.br/documents/112957/10381358/cartilha_cecip_conflitos_na_escola_modos_de_transformar.pdf

 

Atividade:

 

Faça uma lista dos principais conflitos existentes em sua escola. Registre também os fatores externos e internos que geram as principais violências.

Poderá ser utilizada a metodologia do TREM.

 

Com base no mapeamento do cotidiano, analisar na realidade vivida o que queremos transformar, realçar, eliminar e manter. Essa etapa nos ajuda a mapear a demanda ao analisar o número de solicitações em cada item, demonstrando a satisfação e a insatisfação dos participantes.  Fazer em grupo. No papel pardo, em folha branca ou tarjetas.

T – Transformar

R - Realçar

E - Eliminar

M – Manter

Depois elaborar um Plano de ação dentro dos pontos levantados. Escolher responsáveis pelas ações e determinar prioridades.


Exemplo:

TRANSFORMAR

Ações

Responsabilidade

Prazo

 

 

 

 

 

Na aula 1, você  estudou o conceito de conflito e violência. Verificamos que podemos aprender com os conflitos, e que temos três maneiras de resolvê-los: ignorar os conflitos, resolver de forma violenta ou resolver de forma não-violenta. Vimos ainda que existem fatores externos e internos que podem gerar violência na escola. Na próxima aula, vamos então trabalhar com uma das violências que tem acontecido na escola: O Bullying. Vamos em frente!

 

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