AULA 11
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AULA 11 – TECONOLOGIAS ASSISTIVAS
Olá! Nesta aula você estudará sobre as tecnologias assistivas. O termo parece complicado, mas, com certeza, você já teve contato com um desses equipamentos e não sabia que poderia ser tão simples oferecer suporte a um aluno com deficiência. A aula será dividida em duas partes, sendo que na primeira vamos conhecer as diversas tecnologias assistivas existentes e, na segunda, vamos abordar o tema da comunicação alternativa. Ao final você conhecerá diversos recursos que poderá utilizar para beneficiar os alunos que deles necessitam para facilitar seu acesso ao conteúdo escolar.
11.1. Definições e modalidades
Você já ouviu falar em Tecnologia Assistiva? Pois bem, a Tecnologia Assistiva refere-se a toda modificação realizada no ambiente, nos materiais e na forma de realizar as atividades, com o objetivo de compensar as limitações motoras, cognitivas, sensoriais e perceptuais do aluno com deficiência, proporcionando-lhe condições de participação efetiva no contexto escolar (VARELA, 2012).
Quando falamos de tecnologia assistiva, nos referimos a diversos recursos de baixa e alta tecnologia, disponíveis para apoiar a pessoa com deficiência na realização de atividades do cotidiano, ampliando sua participação na vida em sociedade. Para conhecer alguns desses recursos, clique aqui .
Faça uma pesquisa em seu buscador preferido e veja imagens relacionadas com Tecnologia Assistiva.
Para a eleição de um recurso de tecnologia assistiva, que favoreça o aprendizado de uma pessoa com deficiência, é muito importante estudar cada caso com muito cuidado. Cabe destacar que não existem receitas prontas. O recurso escolhido deve ser experimentado para que se possa observar se contempla as necessidades percebidas. Essa escolha deve ocorrer sempre com a participação da família, do aluno e dos demais profissionais que o atendem (Psicólogos, Fonoaudiólogos, Terapeutas Ocupacionais, Fisioterapeutas, dentre outros).
Assim, alguns passos devem ser seguidos para a definição do recurso a ser utilizado:
- Entender a situação que envolve o estudante, escutando seus desejos, identificando suas características físicas/psicomotoras e observando sua dinâmica no contexto escolar.
- Gerar ideias/pesquisar o que já existe ou o que pode ser construído.
- Escolher a alternativa mais viável, considerando as necessidades a serem atendidas e os recursos disponíveis.
- Levar o aluno a experimentar o recurso.
- Avaliar o uso, buscando verificar se atendeu ao desejo e facilitou a ação do aluno e do educador.
- Acompanhar o uso, verificando se as condições do aluno mudam com o passar do tempo, e se há necessidade de fazer alguma adaptação no objeto.
Para exemplificar a importância do envolvimento do estudante com deficiência na eleição do recurso mais adequado, leia o artigo “Percepção de alunos com paralisia cerebral sobre o uso de recursos de tecnologia assistiva na escola regular” , de Ana Cristina de Jesus Alves e Thelma Simões Matsukura.
A Tecnologia Assistiva, ou TA, está organizada em modalidades. Essa classificação pode variar de acordo com instituições ou autores que pesquisam a temática. Essa organização é fundamental para facilitar o desenvolvimento de pesquisas, a formação de profissionais e a organização de serviços. Veja alguns exemplos de modalidades da TA:
- Auxílios para vida diária e vida prática (exemplo: colheres adaptadas, anteparo para pratos, roupas desenhadas para facilitar o vestir e despir);
- Comunicação aumentativa e alternativa (exemplo: Livro em Braille ou em Caracteres Ampliados para alunos com cegueira ou baixa visão);
- Recursos de Acessibilidade ao computador (exemplo: colmeia para teclado https://www.google.com.br/search?q=colmeia
+para+teclado&biw=1049&bih=940&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ved=0ahUKEwj2rJvA35fKAhVEFpAKHeZlC-gQ_AUIBygC mouse adaptado, leitores de tela, teclados virtuais, softwares para ajustar cor e tamanho das informações, ponteiras para digitação); - Adequação Postural (Exemplo: mobiliário adaptado);
- Auxílios de Mobilidade (Exemplo: cadeiras de rodas, bengala, andador, veículos adaptados);
- Sistemas de controle de ambiente (controle remoto de aparelhos eletrônicos, casas inteligentes);
- Acessibilidade Arquitetônica (De acordo com a NBR 9050 da Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT);
- Recursos para pessoas com deficiência visual (Vimos vários exemplos desses na aula 6 sobre deficiência visual, mas você pode saber mais sobre alguns desses recursos clicando aqui http://youtu.be/ndmGQz3-WDg);
- Recursos para surdos ou pessoas com deficiência auditiva (materiais pedagógicos com apoio de imagens, sinalização visual, softwares de comunicação em Libras, sistema FM);
Fonte: https://pixabay.com/pt/ipad-macbook-comprimido-computador-606764/
Conheça mais sobre o Sistema FM (Frequência Modulada), assistindo ao vídeo “Projeto FM” http://youtu.be/a0RyvZSzxq8.
Assista ao curta-metragem “As cores das flores” http://youtu.be/s6NNOeiQpPM e observe os recursos utilizados pelo aluno cego na realização da atividade proposta em sala de aula.
Existem, ainda, uma série de itens escolares, adaptados e que permitem ao estudante a realização de atividades cotidianas como: engrossadores de lápis, pulseira de imã para estabilização da mão, prancha de leitura, virador de página com acionador, plano inclinado, tesouras adaptadas, aranha-mola, pulseira imantada, vários tipos de órteses (peças artificiais, que substituem partes do corpo ausentes), uso de velcro para a confecção de jogos adaptados e diversos outros recursos.
Fonte: https://pixabay.com/pt/aprenda-menina-escola-mesa-1044076/
Para saber mais, faça uma pesquisa na internet sobre os recursos pedagógicos adaptados para alunos com deficiência.
Leituras Recomendadas
1. Leia o livro “Portal de Ajudas Técnicas: equipamento e material pedagógico especial para educação, capacitação e recreação da pessoa com deficiência física” http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/rec_adaptados.pdf, disponível no Portal do Ministério da Educação.
2. Para finalizar essa primeira parte da aula, leia também o artigo “Tecnologia assistiva ajuda a melhorar a qualidade de vida de pessoas com deficiência” http://www.brasil.gov.br/ciencia-e-tecnologia/2010/08/tecnologia-assistiva, publicado no Portal Brasil.
Faça uma pesquisa na internet para conhecer exemplos de pranchas de comunicação alternativa. Além disso, visite a loja virtual (App Store) de seu dispositivo (celular ou tablet), pois já existem no mercado diversos softwares de comunicação alternativa disponíveis para download gratuito. Faça download de algum deles e compartilhe sua experiência nos fóruns de discussão oportunamente.
No mercado, encontramos os vocalizadores, que são recursos que emitem voz gravada ou sintetizada. Esses aparelhos possuem botões que, ao serem tocados ou ao se digitar uma palavra, verbalizam a mensagem, permitindo que o aluno converse com os colegas e professores, faça perguntas, cumprimente, participe de uma prova, etc. (SARTORETTO, 2010).
Em relação aos alunos com surdocegueira, temos a comunicação dinâmica, que pode ocorrer por meio da Libras tátil e a comunicação estática, por meio de objetos tridimensionais (miniatura de um carrinho) ou de duas dimensões (Braille, desenho, fotografia).
É importante destacar que a comunicação alternativa não objetiva substituir a fala, mas sim complementá-la, auxiliando a pessoa com deficiência a se comunicar de forma mais eficaz.
Ao optarmos pela utilização de um sistema de comunicação alternativa, devemos estabelecer os tipos de estímulo que esse sistema deverá conter, tais como: objetos, fotografias, figuras, desenhos, símbolos gráficos, escrita ou gestos. Para fazer essa escolha, é preciso avaliar o aluno de forma conjunta, com a participação da família, do fonoaudiólogo e, se possível, de uma equipe multidisciplinar, para avaliar as necessidades e possibilidades do aluno, bem como os recursos disponíveis. Nessa avaliação, precisamos verificar:
- As habilidades físicas do aluno (acuidade visual e auditiva, percepção, fatores que ocasionam a fadiga, habilidades motoras, habilidade para fazer uso do recurso a ser oferecido).
- As habilidades cognitivas.
- Como, onde e com quem o sistema será utilizado. No caso da escola, é preciso que os envolvidos se aprofundem no tema para que possam auxiliar o aluno de forma correta;
- O objetivo. No caso da escola, para possibilitar o acesso ao currículo, beneficiando o processo de aprendizagem do aluno com deficiência.
Essa avaliação do aluno visa ao levantamento das habilidades existentes e do potencial expresso e subsidiará a escolha do recurso mais adequado (com uso de letras, palavras, figuras, etc).
Precisamos nos colocar em disponibilidade para observar como o aluno se comunica e suas reações. Uma boa dica para iniciar a conversa, é fazer uso de um objeto concreto, como por exemplo, um brinquedo. Esses recursos permitirão a participação do aluno nas atividades escolares, sem restrições, ao eliminar as barreiras impostas pela deficiência e/ou pelo meio (SARTORETTO, 2010).
1. Para ter acesso a exemplos do que estudou na aula, consulte o Banco de Ideias (pág. 10 a 18) do livro “Portal de ajudas técnicas: recursos para comunicação alternativa” http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/ajudas_tec.pdf
2. As crianças com autismo também podem se beneficiar do uso da CAA por meio do PECS (Picture Exchange Communication System) ou Sistema de Comunicação por troca de figuras. Para saber, acesso o site do PECS Brazil https://pecs-brazil.com.
Nessa aula pudemos compreender a importância do uso da tecnologia assistiva e da comunicação aumentativa e alternativa (CAA) para a superação das barreiras impostas pela deficiência e/ou pelo meio, a fim de garantir a plena participação do aluno com deficiência na rotina escolar. Verifique se em sua escola existem alunos que poderiam se beneficiar desses recursos e converse com a coordenação pedagógica ou a direção escolar para que tais suportes possam ser viabilizados.
Tendo como base tudo o que estudou nessa aula, elabore um plano de ação para a escolha de um recurso de tecnologia assistiva ou de comunicação aumentativa e alternativa (CAA) para um aluno com deficiência hipotético ou real. Para realizar essa atividade, elabore um texto com os seguintes tópicos:
- Breve contextualização sobre o aluno (manter sigilo sobre seus dados de identificação).
- Indicação da deficiência.
- Breve relato da dinâmica do aluno em sala de aula, bem como suas habilidades e dificuldades. Relatar se o aluno já faz uso de algum recurso específico.
- Indicação dos materiais que podem ser utilizados.
- Breve descrição sobre os passos para a experimentação do recurso na escola, bem como as formas de avaliação de uso.